A Ação Social Arquidiocesana (ASA), por meio do serviço Levanta-te, Vem para o Meio, em parceria com o Fórum Piauiense de Inclusão, realizou o VI Fórum Piauiense de Inclusão no Auditório Paulo VI. O evento, em alusão aos 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei nº 13.146/2015), reuniu representantes de instituições públicas e privadas, lideranças sociais, educadores, estudantes e pessoas com deficiência para discutir avanços, desafios e estratégias de fortalecimento das políticas de inclusão no estado.
Com o tema “10 anos da LBI: Conquistas e Impacto Social”, o fórum promoveu momentos de diálogo, reflexão e troca de experiências sobre cidadania, acessibilidade e garantia de direitos, reforçando a necessidade de enfrentar as barreiras que ainda limitam o pleno acesso das pessoas com deficiência à vida social e ao mercado de trabalho.
A presidente da Associação de Pessoas com Deficiência Física e vice-presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (COMUTA), Valdenice Ribeiro, destacou a importância do evento como espaço de aprendizagem e disseminação de conhecimento. “Esse evento é importante para que a gente conheça melhor nossos direitos enquanto pessoas com deficiência e discuta a inclusão. Nós que atuamos em associações precisamos levar essas informações para quem não conseguiu participar. Falo não só por mim, mas pelas associações das quais faço parte, da pessoa com deficiência física e da pessoa com deficiência visual. Nosso objetivo é aprender cada vez mais e repassar esse conhecimento para fortalecer a inclusão nas nossas comunidades”, disse.
O coordenador do serviço Levanta-te, Vem para o Meio, Marco Júnior, enfatizou o caráter democrático do fórum e sua relevância como espaço de articulação social. “O Fórum Piauiense de Inclusão reúne instituições públicas e privadas que atuam em defesa da pessoa com deficiência. É um espaço neutro e democrático de diálogo, troca de experiências, divulgação de pesquisas e discussão de ações, especialmente voltadas à inclusão no mercado de trabalho. Celebrar os 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão é reconhecer um verdadeiro marco civilizatório para o país”, declarou.
Ele lembrou que a realidade das pessoas com deficiência vem passando por transformações significativas. “Antes era difícil reunir tantas pessoas interessadas nesse debate. A pessoa com deficiência era invisibilizada. Hoje ela ocupa espaços, luta por seus direitos e se organiza socialmente. Pessoas com autismo, que antes eram mantidas em isolamento, hoje frequentam o ensino superior, atuam no mercado de trabalho e participam ativamente da sociedade”, destacou.
O radialista Daniel Felipe também participou do evento e destacou a importância de iniciativas como o fórum para enfrentar os problemas de acessibilidade em Teresina. “Eventos como esse são essenciais. A acessibilidade ainda é bastante complicada: transporte, rampas e mobilidade urbana não funcionam 100%”, relatou.
O VI Fórum Piauiense de Inclusão reforçou que a construção de uma sociedade acessível é um processo contínuo. Apesar dos avanços concretos assegurados pela legislação brasileira, ainda existem desafios relacionados ao preconceito, às barreiras estruturais e à falta de informação.
Iniciativas como o fórum fortalecem a conscientização social, o diálogo entre instituições e a mobilização da sociedade civil, impulsionando a construção de um Piauí e de um Brasil cada vez mais inclusivos, democráticos e justos para todos.
Projeto “Todo Voto Importa” promove inclusão eleitoral
Durante o fórum foi apresentado o projeto “Todo Voto Importa”, do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), voltado à garantia da acessibilidade no processo eleitoral.
O servidor Arnaldo Teixeira Nunes, da Assessoria de Planejamento (ASPLAN) do TRE, explicou que a iniciativa busca assegurar condições plenas para que pessoas com deficiência exerçam o direito ao voto. “O projeto garante atendimento especializado para eleitores com deficiência visual, auditiva ou outras limitações. Também envolve a coleta biométrica, com registro de impressões digitais, fotografia e assinatura para identificação do eleitor”.
Ele ressalta que as urnas eletrônicas já contam com recursos de acessibilidade, como: teclas em braile, tradução em libras e fone de ouvido para orientação por áudio.
Para cadastro no projeto, é necessário apresentar documento oficial com foto e comprovante de residência. O atendimento também ocorre no Teresina Shopping, inclusive aos finais de semana e feriados, em um espaço com estrutura adequada para receber o público.
“O projeto começou este ano e inicialmente iria até novembro, mas foi prorrogado devido à grande procura. Estamos participando de eventos, universidades e ações nos bairros para ampliar o alcance da informação. Nosso objetivo é aproximar a Justiça Eleitoral da sociedade e reforçar que o voto da pessoa com deficiência importa tanto quanto qualquer outro. É um direito fundamental”, completou Arnaldo.
